sábado, 16 de janeiro de 2010

Jornal "O Interior": Entrevista a Marco Loureiro


Jornal "O Interior": http://www.ointerior.pt/



Cara a Cara - Entrevista: Marco Loureiro

«Deve ser criada uma publicidade da Guarda e do IPG bem mais viva»



P – O que justifica um terceiro mandato na Associação Académica da Guarda?

R – O pagamento das dívidas está a 85 por cento e acho que esta direcção merecia um terceiro mandato bastante mais calmo, para nos dedicarmos a outros projectos, que não só esta liquidação de dívidas.

P – Nesse sentido, a situação da dívida da Associação está controlada? Qual é o montante?

R – Neste momento faltam pagar cerca de oito mil euros. Há uma situação pendente, que é a do Hotel Turismo, onde temos uma dívida de cerca de quatro mil euros. Estamos a tentar chegar a um acordo, em parceria com a Câmara da Guarda, que vai ficar com o hotel para novos projectos. Se essa situação acontecer, será uma mais-valia para nós e é uma ajuda que a Câmara nos daria e que receberíamos com agrado. Portanto, a situação está bastante estável e estes oito mil euros serão liquidados dentro de um ano. Temos todas as condições para ter um mandato bastante calmo a nível financeiro, sem deixar de arriscar noutros projectos muito mais elevados.

P – E o que ainda falta fazer? Quais são os grandes projectos previstos para este mandato?

R – A Associação gostaria de adquirir uma carrinha de nove lugares a curto prazo. Devemos ser das poucas academias do país que não tem uma carrinha para transporte próprio. Neste momento são os nossos carros particulares que vão para todo o lado e esta carrinha seria útil também para servir alguns grupos desportivos e culturais do IPG. Ao lado da sede da Associação queremos, a partir de Março, acimentar a esplanada e dar um espaço de lazer e de estudo diferente aos alunos. Posteriormente, queremos levar a cabo um projecto mais arrojado, mas que não é impossível, que é trazer areia para a cidade mais alta do país. Queremos fazer um recinto desportivo ao ar livre com areal, um projecto que não tem um custo assim tão elevado. Gostaríamos também de ter um Instituto mais aberto à comunidade, criando uma agenda cultural da própria Associação, em parceria com outros grupos culturais e desportivos do distrito, para trazer mais pessoas ao IPG. Há dois anos atrás, prometi que a Associação iria fomentar uma gestão participativa, em que os alunos davam ideias e nós púnhamos esses projectos no terreno. Mas passamos este tempo todo na sede a tratar de papelada e das próprias contas da Associação, pelo que reconheço que tivemos algumas falhas nesse sentido. Ora, no próximo mandato queremos ter outro contacto com os estudantes e as suas ideias. Vamos também reestruturar a Associação, passando de 110 para 52 elementos, para que o trabalho seja muito mais valorizado e menos disperso. Por fim, queremos aproximar mais do Instituto algumas entidades da cidade, nomeadamente a Associação Empresarial da Guarda, que deve ver os estudantes do IPG como a sua futura mão-de-obra. Este vai ser um ano em que vamos aparecer muito, fora das habituais festas académicas, com debates abertos à comunidade.

P – O que pensa do facto de não ter tido concorrência nestas duas últimas eleições?

R – Não podemos obrigar as pessoas a concorrer, mas parece-me que eu e alguns elementos da minha equipa reunimos bastante consenso na academia. Por isso, enquanto aqui estivermos, acho difícil haver uma lista alternativa e propostas bastante diferentes das que apresentamos. Ao mesmo tempo, reconheço que há uma oposição por parte de alguns alunos, a quem digo sempre que, se estão descontentes com o nosso trabalho, passem das palavras à acção e formem listas. A própria Associação facilita toda a documentação e os estatutos, mas na hora da verdade eles afastam-se. A verdade é que estamos a formar novos dirigentes estudantis, apostando em colocar alunos mais novos em cargos de elevada responsabilidade para que daqui a um ano, quando o “núcleo duro” se for embora, possam apresentar uma alternativa. Quanto aos outros, as pessoas devem procurar o associativismo se assim o entenderem e não lhes vamos impor nada.

P – O que faltar ao IPG enquanto instituição?

R – Precisamos de mais apoio financeiro por parte do Estado. Quando a presidência nos informar do valor, a Associação Académica da Guarda irá tomar posição se achar que, mais uma vez, a nossa instituição não teve o financiamento merecido. Somos o motor económico desta cidade e do distrito e temos que ser vistos com outros olhos. Esta cidade sem estudantes é uma cidade sem vida. Por outro lado, há alguns cursos que deveriam ser reestruturados e apostar-se noutros. Tem que se criar um grupo de estudo, onde a Associação também deve estar, e, em conjunto com os outros Politécnicos da região, encontrar-se uma forma de não criar os mesmo cursos. Ora, isso faz com que os estudantes não queiram deslocar-se para outras cidades, principalmente para a Guarda, que é vista como uma cidade fria e sem vida, e alguns cursos acabam por fechar. Mas esta cidade precisa de criar uma marca para que os outros estudantes não tenham problemas em vir para cá e deve ser criada uma publicidade da Guarda e do IPG bem mais viva.

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