sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

AAG na Imprensa Local

Cara a Cara - Entrevista (Jornal O Interior)
«Gostava de ver os estudantes do IPG mais unidos»

P – Como interpreta os resultados destas eleições?
R – A votação foi clara na vontade dos estudantes nos terem cá por mais um mandato. Quando há apenas uma lista, a afluência às urnas não costuma ser grande, pois já se sabe quem vai ganhar. Considero que foi um voto de confiança, porque no ano passado, quase com mesma lista, tivemos 632 votos e este ano obtivemos quase o dobro. Isso mostra que os estudantes gostaram do nosso trabalho.
P – Quais os desafios que se colocam para este mandato?
R – Primeiro, a Associação tem de pagar as suas dívidas. Mas há dois pontos de grande atenção. A crise económica que está no país e no ensino superior, com os cortes financeiros do Estado, pelo que vamos estar atentos às suas consequências no dia-a-dia da nossa instituição. Também queremos chamar mais a atenção para os trabalhadores-estudantes e os estudantes nocturnos, que são, lamentavelmente, alunos mais desprezados.
P – O que mais gostaria de mudar no decorrer deste ano?
R –Gostava de ver os estudantes do IPG mais unidos e com outra perspicácia para o desenvolvimento das actividades extra-curriculares. É necessário cativarmos mais os estudantes a participarem. E isso não é fácil, pois, hoje em dia, com o novo regime das instituições de ensino superior, vemos que há um ataque directo ao estudante para não participar nas actividades extracurriculares e tirar apenas o seu curso. Estão a "cortar-nos as pernas" e a limitar claramente uma formação para a cidadania. Esta vai ser a nossa maior preocupação nos próximos meses: tornar a envolver os estudantes nas nossas actividades.
P – Será um mandato de continuidade, ou haverá muitas alterações na estratégia da Associação Académica da Guarda?
R – Houve uma alteração no vice-presidente geral, que as pessoas podem questionar, pois foi o meu braço-direito. A decisão foi do próprio colega, que invocou razões profissionais.
P – Como está o processo de liquidação da dívida da AAG?
R – Estamos a falar de 51 mil euros de dívidas há um ano. Neste momento estão pagos cerca de 33 mil euros. Faltam 10 mil para a TMN, cujo processo está a decorrer em tribunal. No restante, cerca de nove mil euros são para a entidade à qual contratámos a Semana Académica, a quem devíamos 17 mil euros. E faltam duas ou três situações que, por uma questão de boas relações que agora temos, nos pediram para não serem divulgadas. De resto, estamos completamente limpos. Se continuarmos com esta política rigorosa nas nossas contas, o meu tesoureiro garantiu que poderemos liquidar as dívidas em três meses e meio. Excepto no caso da TMN, que não depende só de nós.
P – Quais são as suas expectativas relativamente às novas estruturas do IPG e ao modelo de gestão que agora se inicia?
R – Fomos críticos do novo regime, de que resultaram novos estatutos onde os alunos foram completamente excluídos, na sua generalidade, dos principais órgãos. Por acaso, os estudantes que estão no Conselho Geral até são elementos da Associação Académica da Guarda, mas podiam não ser, porque foram eleitos em sufrágio universal. O assento que tínhamos enquanto Academia deixou de ter efeito. O presidente do IPG também já disse que gostava que fosse sempre um professor a presidir ao Instituto, mas pode não o ser. A Universidade de Lisboa anda à procura de candidaturas para a reitoria, isto é, até pode ser um estrangeiro. Ora, nós não podemos aceitar que um próximo presidente do IPG não tenha qualquer ligação ao Politécnico da Guarda. É anti-pedagógico em todas as vertentes. A aplicação dos órgãos na nossa instituição só se vai ver nos próximos tempos.
P – E com um professor a dirigir o IPG e a Associação Académica representada, restam alguns receios?
R – Neste momento não. Só tenho de procurar o lado positivo. Vamos ver quem vai ser o Provedor do Estudante, que será uma ligação dos alunos à Associação Académica e à presidência do IPG. Mas há problemas com alguns horários nos cursos, devido a Bolonha. Essa é, sem dúvida, a grande mudança deste mandato. É necessário haver mais Assembleias-Gerais de Alunos, mas também mais vontade dos estudantes para participarem.
P – Concorda que seja o presidente do Politécnico a nomear os directores das escolas?
R – Na altura do Conselho Geral, a direcção votou contra. Depois dessa votação, visto que a maioria optou por esse método, respeitamos a democracia. Houve uma melhoria, pois a nomeação vai ter que passar pelo Conselho Geral e gostei desse recuo.

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