
“Exigimos que essa lei seja alterada”, disse Marco Loureiro, adiantando que “o ensino académico é caro e esta medida torna-o ainda mais caro” e cria problemas “nos bolsos dos pais dos estudantes”. Cerca de centena e meia de estudantes do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) manifestaram-se na quarta-feira, 29 de Outubro, nas ruas da cidade da Guarda, contra a actual política de acção social, por considerarem que é “injusta” e penaliza os alunos mais carenciados.Durante o protesto, os estudantes exibiram cartazes onde referiam que “a edução é um privilégio, não é um direito” e “repressão à acção social, terrorismo oficial”. Os manifestantes também gritaram palavras de ordem como “estudantes unidos jamais serão vencidos” e “acção social não existe em Portugal”. Na ocasião, Marco Loureiro, presidente da Associação Académica da Guarda (AAG) referiu que com a manifestação, os estudantes pretendiam denunciar publicamente a “injustiça” traduzida pela “fórmula de cálculo para atribuição da bolsa social de estudo” que entrou em vigor no presente ano lectivo. Disse que, por decisão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o cálculo da atribuição das bolsas passou a ser feito pelo valor líquido anual do agregado familiar “multiplicado por catorze meses, incluindo o subsídio de férias e o de Natal”.O dirigente considera que “a fórmula mais justa seria aquela que apresenta a multiplicação apenas pelos doze vencimentos anuais e não acrescentada pelos dois subsídios, que deverão ser vistos como um extra para o agregado familiar e não sujeitos a deduções”. Salientou que devido a esta alteração, 25 alunos do IPG “ficaram sem a bolsa de estudo” e outros viram o seu valor reduzido, em relação ao ano anterior, situação que pode comprometer a continuidade dos estudos.
“Exigimos que essa lei seja alterada”, disse Marco Loureiro, adiantando que “o ensino académico é caro e esta medida torna-o ainda mais caro” e cria problemas “nos bolsos dos pais dos estudantes”.Cláudia Lourenço, aluna do segundo ano do curso de Comunicação e Relações Públicas, natural de Viseu, contou que este ano viu a bolsa de estudo ser reduzida “de 230 euros para 115 euros”. “Só a minha mãe é que trabalha, estou a fazer um grande esforço para estudar e já pus a hipótese de deixar de estudar”, admitiu.Também Carla Leite, que estuda no quarto ano do curso de Enfermagem, natural do Porto, adiantou que este ano lectivo a sua bolsa de estudo “baixou cerca de 50 euros”. “Era de 160 e passou para 110 euros”, indicou, considerando que a redução “é um tombo” porque “os 50 euros davam jeito para as despesas que tenho com o curso”.Os estudantes que participaram no protesto realizado durante a tarde, fizeram a pé o percurso entre o IPG e o Governo Civil da Guarda, tendo entregue um abaixo-assinado à Governadora Civil Maria do Carmo Borges, a quem pediram que fizesse chegar o apelo ao Ministro da tutela.No mesmo documento, os estudantes também pedem “mais investimento na acção social do ensino superior e mais financiamento para as instituições do ensino superior do interior”. O presidente da AAG também apelou às outras academias do país “que iniciem o processo de contestação da política de acção social, para tornar o ensino público como um direito e não como um privilégio”.
Fonte: www.jornalaguarda.com
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